Polícia do Rio combate fraude em sistema de mandados de prisão

Operação visa desmantelar esquema ligado ao Comando Vermelho, com ações no Rio e em Minas

18/12/2025 às 13:27
Por: Redação

Nesta quinta-feira (18), policiais civis da 126ª DP de Cabo Frio iniciaram a Operação Firewall para combater fraudes em sistemas de mandados de prisão. Até o momento, duas pessoas foram detidas. A operação busca desarticular um grupo criminoso que manipulava dados públicos para beneficiar membros do Comando Vermelho, principal facção criminosa do Rio de Janeiro.

 

A ação envolve cumprimento de mandados de prisão, além de buscas e apreensões no Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Militar local, e em Minas Gerais, em conjunto com a Polícia Civil mineira. A investigação começou em julho, quando a polícia identificou uma oferta de retirada de mandados de prisão do sistema judiciário mediante o pagamento de três mil reais.

 

Esquema de manipulação de dados

Os hackers, utilizando VPNs com credenciais roubadas de servidores, acessavam o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Apesar de não conseguirem apagar mandados, alteravam dados de forma a impedir sua localização, criando uma falsa impressão de que os mandados não existiam, como detalha a polícia.

 

Além disso, os envolvidos ameaçavam os contratantes, afirmando que, caso o pagamento não fosse feito, novos mandados seriam emitidos contra eles. A polícia identificou inicialmente os responsáveis pela divulgação desses serviços nas redes sociais e seguiu o fluxo financeiro, descobrindo que a namorada de um dos suspeitos cedia sua conta bancária para esses fins ilícitos, com conexões financeiras suspeitas em Minas Gerais.

 

Líder do esquema e implicações futuras

O líder do esquema, antigo funcionário de uma empresa de certificados digitais, foi identificado como responsável por apagar um mandado de prisão federal no Rio de Janeiro e oferecia serviços a terceiros. Preso em setembro por violações diversas, ele realizava manipulações sofisticadas de dados e emissão fraudulenta de alvarás.

 

Até agora, a investigação não detectou envolvimento de servidores públicos no esquema, indicando que eles foram vítimas de roubo de informações de login e senha.

 

O público pode verificar se seus certificados digitais foram clonados acessando o portal de governo específico e validando seus dados. Esse cuidado ajuda a prevenir o uso indevido dessas credenciais em fraudes.

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