Quinta, 11 de Setembro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, nesta quarta-feira (10), que enviará na sexta-feira (12) um projeto de lei, conhecido como PL do futebol feminino, para garantir incentivo à modalidade e combater o machismo.
Ele se reuniu com integrantes do elenco de jogadoras e da comissão técnica campeã da última Copa América Feminina, onde o Brasil venceu a Colômbia nos pênaltis (5 a 4) após um empate de 4 a 4 no tempo normal.
“O projeto vai garantir às organizações esportivas formadas de futebol feminino os mesmos direitos e benefícios conferidos às de futebol masculino, inclusive os recursos financeiros”, afirmou Lula.
O presidente destacou a importância de incentivar o futebol feminino de base e as parcerias entre escolas, universidades e clubes para capacitação de talentos.
O projeto pretende ainda combater a discriminação, a intolerância e a violência contra mulheres nas práticas relacionadas ao futebol.
“No Brasil, quando um atleta fica famoso, não falta nem patrocínio nem falta salário. Mas até a pessoa ficar famosa, é preciso saber quem é que cuida desse atleta”, ponderou o presidente.
Lula recordou a criação do Bolsa Atleta, que garante incentivo às pessoas com mais necessidade para praticar esporte.
O presidente também anunciou a intenção de criar uma universidade do esporte no Brasil. “Uma universidade federal que possa agrupar todas as práticas de esporte”. O objetivo não é ensinar o esporte, mas aprimorar os esportistas.
Lula afirmou que pretende realizar um grande evento para anunciar a universidade, contando com recursos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
O presidente recordou que o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027. “Eu espero que esse sucesso de vocês na Copa América se repita na Copa do Mundo”.
A seleção feminina foi a vice-campeã olímpica no ano passado.
O ministro do Esporte, André Fufuca, presente ao evento, destacou a evolução do futebol feminino.
Em entrevista à Agência Brasil, ele explicou que o projeto é uma lei nova, com remodelagens em leis já existentes e novas propostas, sendo uma lei específica para o desenvolvimento do futebol feminino.
O ministro contextualizou que 80% das atletas brasileiras são amadoras.
“Com esse projeto de lei, todos os times que estiverem na primeira, segunda, terceira ou quarta divisão de futebol, só poderão ter 4 atletas amadores”. O objetivo é aumentar o profissionalismo da modalidade e garantir os direitos das atletas, inclusive na gravidez e após a gravidez.
A goleira Claudia Luana, da seleção e do Fluminense-RJ, expressou ao presidente a honra de vestir a camisa da seleção.
“É um sentimento único para gente. Ainda mais ganhar um título pela seleção, nem tem palavras para escrever, quanto isso é de muito orgulho para a gente”.
A coordenadora técnica de Seleções Femininas da CBF, Cristiane Gambaré, garantiu que a entidade tem procurado apoiar as atividades da modalidade. “Nós precisamos do apoio do governo federal, de todos os estados, governadores e senadores. Nós precisamos entregar um grande evento e é isso que nós estamos empenhados desde que assumimos a CBF”, disse.